Acidentes com animais peçonhentos são um problema de saúde pública e
o atendimento imediato é fundamental para a sobrevivência das vítimas e
redução de possíveis sequelas. Confira abaixo as dicas da Unidade
Técnica de Vigilância de Zoonoses, do Ministério da Saúde.
O
processo de urbanização tem levado ao aumento da exposição a esses
animais. O escorpião, por exemplo, se alimenta de baratas, portanto
sobrevive em ambientes urbanos com facilidade. Além disso, o depósito e
acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção junto às habitações
podem servir de abrigo para os animais peçonhentos.
Com as
chuvas, esses animais são obrigados a sair dos seus esconderijos e a
procurar novos abrigos, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Assim, não
é difícil encontrá-los nas proximidades das casas, jardins e parques. É
importante manter limpos os locais próximos a residências, calçadas,
jardins, quintais, paióis e celeiros. Fazer o controle do número de
roedores, pode evitar a aproximação de serpentes peçonhentas que deles
se alimentam. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros,
meias-canas e rodapés, além de utilizar telas e vedantes em portas,
janelas e ralos são outras formas de evitar a presença desses animais.
Os profissionais de saúde têm ficado mais sensíveis para a importância
da notificação. Desde 2010, acidentes com animais peçonhentos são
considerados um agravo de notificação compulsória, ou seja, todo
acidente atendido em unidade de saúde do SUS tem que ser notificado ao
Ministério da Saúde.
Eles são classificados dessa forma por
produzirem a “peçonha”, toxina utilizada ativamente para caça ou defesa,
e terem algum mecanismo que permite a injeção do veneno na vítima, como
presas, aguilhões ou ferrões. No Brasil, o número de acidentes varia
conforme a região do país: No Sul são mais comuns acidentes com aranhas.
No Norte e Centro-Oeste, com serpentes e no Nordeste e Sudeste, com
escorpiões.
Em locais propícios à presença desse tipo de animais,
deve-se utilizar sempre equipamentos de proteção individual (EPI), como
luvas de couro e botas de cano alto ou com perneiras. Não colocar as
mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre
espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Adotar medidas
preventivas quando realizar atividades de limpeza, deslocamento de
móveis e outros objetos, pois serpentes, escorpiões e aranhas podem
estar nas frestas, superfícies ou cantos. Examinar calçados e roupas
pessoais, de cama e banho, antes de usá-las.
Lembre-se: Ao
encontrar algum animal peçonhento em qualquer situação, afaste-se com
cuidado, evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareçam mortos, e
procure a autoridade local para providências.
O que fazer
Os animais peçonhentos injetam veneno pelo ferrão, dente, aguilhão e
cerda urticante. Dependendo da espécie do animal, os acidentes podem até
levar a morte, caso a pessoa não seja socorrida e tratada
adequadamente, quando necessário, com soro específico. O Ministério da
Saúde distribui soros antipeçonhentos para todo o país, que está
disponível na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). A identificação do
animal responsável pelo acidente facilita o diagnóstico e tratamento.
Na ocorrência de acidente, mantenha a vítima calma, evitando movimentos
desnecessários, e com o membro acometido mais elevado em relação ao
restante do corpo, caso seja possível. A vítima deve ser levada o
serviço de saúde do SUS com urgência. Se possível, e caso não apresente
risco de um novo acidente, o animal agressor deve ser levado com a
vítima.
O que não fazer
Não corte o local da picada, pois a
peçonha de algumas serpentes causam hemorragias e um corte pode
aumentar ainda mais o sangramento. Não tente sugar o veneno e nem
colocar substâncias caseiras sobre o ferimento. Tais práticas apenas
aumentam as chances de infecção local. Também não amarre o membro
acometido (torniquete), já que isso reduz a circulação sanguínea no
local, podendo levar a quadros de necrose.
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