BRASÍLIA
— Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), divulgados nesta segunda-feira, apontam que 53.032 candidatos
tiraram zero na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na
outra ponta, 104 conseguiram a nota máxima, de 1.000 pontos. O Inep considerou
apenas os 5,6 milhões de estudantes que efetivamente fizeram a redação.
Portanto, não estão incluídos no cálculo da nota zero os que não compareceram
ou não elaboraram texto algum na prova.
Das
quatro áreas de conhecimento avaliadas nas outras provas do Enem, em três houve
leve queda na média geral obtida pelos estudantes, em relação a 2014:
Matemática e suas Tecnologias (redução de 473,5 para 467,9), Linguagens e
Códigos (de 507,9 para 505,3), e Ciências da Natureza (de 482,2 para 478,8).
Já em Ciências Humanas a nota média geral subiu de
546,5 para 558,1. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, considerou as
oscilações dentro da normalidade. Ao todo, 5.810.948 concorrentes participaram
do Enem 2015.
— Ao
longo da história, há oscilações. Se fosse uma tendência seria preocupante, mas
não é. Um ano melhora aqui, outro ali. Pequenas oscilações estão dentro do
processo — disse ele.
No caso
da redação, devido ao uso de nova metodologia, o MEC diz que não é possível
fazer comparações com o ano passado. Em 2014, 529.374 redações receberam nota
zero. Esse número incluía os faltosos ou os alunos que, mesmo presentes, não
fizeram a redação.
O
número de candidatos nota 1.000 na redação caiu de 250 para 104 entre 2014 e
2015. Segundo o professor Chico Soares, presidente do Inep, é difícil comparar
desempenho em redação entre diferentes edições do Enem.
— O
perfil de quem faz a prova pode mudar muito de um ano para outro. Não dá para
comparar — afirmou Soares.
Dos 5,6
milhões de alunos que tiveram a redação corrigida, 1,9 milhão (ou 35,3%) obteve
nota de 501 a 600, e 24,4%, de 401 a 500 pontos.
Cinquenta
e cinco redações chamaram a atenção dos corretores, segundo Mercadante, porque
traziam relatos de agressões que pareciam ter sido vividas ou testemunhadas
pelas candidatas. O tema do exame em 2015 foi a persistência da violência
contra a mulher na sociedade brasileira. O MEC consultou o Ministério Público
Federal e, na impossibilidade de uma ação direcionada às estudantes, devido ao
sigilo da redação, resolveu divulgar, no site da pasta, contatos de canais de
auxílio, como o Disque 180, da Secretaria de Políticas para Mulheres, Igualdade
Racial e Direitos Humanos.
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