terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Mais de 53 mil candidatos tiraram zero na redação do Enem

BRASÍLIA — Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgados nesta segunda-feira, apontam que 53.032 candidatos tiraram zero na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na outra ponta, 104 conseguiram a nota máxima, de 1.000 pontos. O Inep considerou apenas os 5,6 milhões de estudantes que efetivamente fizeram a redação. Portanto, não estão incluídos no cálculo da nota zero os que não compareceram ou não elaboraram texto algum na prova.
Das quatro áreas de conhecimento avaliadas nas outras provas do Enem, em três houve leve queda na média geral obtida pelos estudantes, em relação a 2014: Matemática e suas Tecnologias (redução de 473,5 para 467,9), Linguagens e Códigos (de 507,9 para 505,3), e Ciências da Natureza (de 482,2 para 478,8).
Já em Ciências Humanas a nota média geral subiu de 546,5 para 558,1. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, considerou as oscilações dentro da normalidade. Ao todo, 5.810.948 concorrentes participaram do Enem 2015.
— Ao longo da história, há oscilações. Se fosse uma tendência seria preocupante, mas não é. Um ano melhora aqui, outro ali. Pequenas oscilações estão dentro do processo — disse ele.
No caso da redação, devido ao uso de nova metodologia, o MEC diz que não é possível fazer comparações com o ano passado. Em 2014, 529.374 redações receberam nota zero. Esse número incluía os faltosos ou os alunos que, mesmo presentes, não fizeram a redação.
O número de candidatos nota 1.000 na redação caiu de 250 para 104 entre 2014 e 2015. Segundo o professor Chico Soares, presidente do Inep, é difícil comparar desempenho em redação entre diferentes edições do Enem.
— O perfil de quem faz a prova pode mudar muito de um ano para outro. Não dá para comparar — afirmou Soares.
Dos 5,6 milhões de alunos que tiveram a redação corrigida, 1,9 milhão (ou 35,3%) obteve nota de 501 a 600, e 24,4%, de 401 a 500 pontos.

Cinquenta e cinco redações chamaram a atenção dos corretores, segundo Mercadante, porque traziam relatos de agressões que pareciam ter sido vividas ou testemunhadas pelas candidatas. O tema do exame em 2015 foi a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira. O MEC consultou o Ministério Público Federal e, na impossibilidade de uma ação direcionada às estudantes, devido ao sigilo da redação, resolveu divulgar, no site da pasta, contatos de canais de auxílio, como o Disque 180, da Secretaria de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

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