
No começo dos anos 2000 havia uma torcida numerosa para que a Record conseguisse alcançar a Globo no ibope.
Parecia uma briga entre Davi e Golias pelo fim da hegemonia da emissora carioca na liderança de audiência.
Por uma série de fatores, a começar pela falta de diretores que
realmente entendessem de televisão, o canal dos bispos perdeu o empuxo.
Hoje, a Record digladia com o SBT pelo segundo lugar. Em alguns dias,
chega a ficar em terceiro no ranking. Aquela vibração popular para
derrotar o império da Globo não existe mais.
Com a ótima estreia
de Gugu, que venceu a Globo por quase 90 minutos na quarta-feira (25), e
a contratação de Xuxa, que será apresentada à imprensa na quinta, dia
5, a Record ensaia uma reação.
Ninguém é ingênuo em acreditar que
o apresentador do ‘Pintinho Amarelinho’ conseguirá resultados tão
positivos em todos os dias de exibição de seu programa noturno. Mas essa
vitória pontual traz novo ânimo à Record para sair da estagnação.
O fato de a Globo ter mexido no horário de sua programação na
quinta-feira para evitar novo vexame no embate com Gugu, sinaliza que a
concorrência entre os canais voltou a ser relevante.
A guerra
entre as emissoras é excelente para o telespectador. De olho no ibope,
investe-se mais na qualidade e diversidade dos programas. O principal
beneficiado é o cidadão que, apesar de tantas alternativas (canais
pagos, internet etc), ainda prefere assistir à TV aberta.
A
chegada de Xuxa é outra boa notícia para quem torce pela recuperação da
Record. Não há expectativa de que a apresentadora gere uma audiência
espetacular.
Porém, só a repercussão na imprensa provocada pela
contratação, e a publicidade espontânea de sua estreia, já renderão
resultados interessantes à emissora.
Tirar uma das principais
estrelas da Globo, às vésperas da comemoração dos 50 anos da emissora,
é, antes de tudo, uma astuciosa ação de marketing.
Todos sabem
que o conflito entre Globo e Record vai além da audiência. Trata-se
também de uma questão ideológica, que envolve poder político.
Para o telespectador, o acirramento dessa concorrência após tantos anos de marasmo é uma boa notícia.
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