sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Cientistas brasileiros decifram o DNA completo do vírus da zika

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Especialistas brasileiros conseguiram, pela primeira vez, fazer o mapeamento genético do vírus da zika relacionado a casos de microcefalia.
O mapeamento genético do vírus foi feito em um laboratório da Fiocruz. Os pesquisadores coletaram amostras de líquido amniótico – o líquido que envolve o bebê na barriga da mãe.
O material foi retirado de duas mulheres da Paraíba grávidas de bebês diagnosticados com microcefalia.
O líquido passou por um teste para identificar a presença de microrganismos. E o único vírus encontrado em grande quantidade foi o da zika.
A coleta do líquido amniótico foi feita mais de dois meses depois que as gestantes tiveram os sintomas de zika. E os vírus continuavam ativos.
“Através da metodologia que nós usamos, que é capaz de identificar vários microrganismos dentro de uma amostra clínica, dentro de um paciente. O que eu encontrei na maior quantidade é o zika vírus”, afirma Ana Bispo, coodenadora da pesquisa – Fiocruz.
A equipe coordenada pela virologista Ana Bispo conseguiu montar toda a sequência genética, a identidade, do vírus.
É a primeira vez que se decifra o DNA completo do vírus encontrado em líquido amniótico de gestações com microcefalia no Brasil.
O que eles descobriram é que o vírus que infectou as gestantes na Paraíba é idêntico ao que circulou na Polinésia Francesa em 2013. Lá, foram registrados pelo menos 17 casos de microcefalia. E ele não é da mesma linhagem do vírus da África, onde não se tem notícias de surtos de bebês com malformações no cérebro.
Outra descoberta: o vírus é mais parecido com o da encefalite japonesa, doença que causa malformações e lesões neurológias. Na escala de semelhança, depois vem o vírus da febre amarela, e em terceiro lugar, o vírus da dengue. Para a febre amarela e para a encefalite japonesa já existem vacinas.
Essa semelhança com o vírus da encefalite japonesa abre novas linhas de pesquisa. Uma delas é investigar o soro de pessoas que tiveram a doença ou foram vacinadas contra a encefalite japonesa e por isso desenvolveram anticorpos – para entender como esses anticorpos reagem em contato com o vírus da zika
“Se os anticorpos para o vírus da encefalite japonesa são capazes de neutralizar o zika vírus. Vendo a proximidade do zika com a encefalite japonesa. Acho que merece sim uma investigação”, diz Ana Bispo.
Esse pode ser um passo para ajudar a desenvolver uma vacina para o vírus da zika.
“Tudo do zika tá sendo surpreendente. Acho que cada dia a gente tá tendo uma informação nova, nós todos estamos aprendendo muito”, afirma Ana Bispo.
A partir desta quinta-feira (18), médicos e profissionais de saúde vão ter que notificar todos os casos suspeitos de zika. Os registros vão ser semanais. Suspeitas de infecção em gestantes deverão ser informadas em até 24 horas.
Jornal Nacional


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